segunda-feira, 6 de março de 2017

888


Já por 888 vezes eu levantei
minha alma escrita

Levantou de onde?

Poderia pensar você que não questiona

Do marasmo, do caos, da banalidade?

Da melancolia, da ignominia, da servidão?

Da separação, do esquecimento, do tormento?

Da desfaçatez, insensatez, estupidez?

Talvez seja de um lugar material

Então do lavabo, da cozinha, da escola,
da soleira da porta, da fila do banco,
da cadeira do dentista, do quarto do motel,
do inferno, do céu?

Que importa donde esta ou donde esteve

Esta de pé me observando e cantando
as musicas que eu não conheço
mas sempre soube
as coisas que nunca vi
e não esqueço



San, 06/03/2017