Às vezes eu leio minhas poesias
e me surpreendo
Quem é essa pessoa?
De onde vem com seu verbum intenso,
decaído, denso, apoplético?
Como surgiu essa louca-maravilha-solta
que se derrama na tela?
Conheço e desconheço esse tom,
mas pressinto, intuo, incubo.
Será um dom
como vestir uma pele
de outra lira?
Fico a ler o que escrevi
para captar essa pessoa
E enfim poder traze-la
para habitar o aqui
livre, inteira, feliz
San, 17/10/2016