terça-feira, 16 de setembro de 2014

Pura Poesia Impura



Procuro uma palavra mágica
que não deforme a forma
dos meus sentimentos
e que saia sem dor 
do campo sonhador
das ilusões dormentes

Mas quando caem sobre o papel
geradas pela mão claudicante
de um cruel ser pensante 
as palavras se tornam obstáculos 
pontiagudos, escuros, mal cheirosos.

Se pudesse escrever
o que desejo dizer
sem a força dilacerante
do julgamento alheio
muitas palavras surgiriam,
 dançariam, gritariam urras
se abraçariam tontas de alegria,
comemorando 
a liberdade de sentir
e criar essa poesia impura.


San, 16/09/2014