Por favor me deixe falar da dor!
Não porque a queira agora,
seja apegada ou viciada nesse estado,
mas porque é preciso lhe dar voz,
é preciso que ela se exponha, seja ouvida,
para finalmente seguir seu caminho.
Calar-me agora não a fará se calar também,
e se você virar seu rosto e mudar de assunto,
fazer sermões, propostas, contar historinhas,
ela esperara até que esteja pronto
para se confrontar com aquilo que exige resposta.
Não a trago como uma afronta a você,
e nem quero lhe infundir medo,
a mortalidade faz parte
da condição humana.
Eu preciso me conhecer por todos os ângulos,
descobrir a pessoa inacabada,
o que se esconde em pontos cegos,
eu preciso do espelho de muitos olhos,
eu preciso de um minuto de paciência,
do apoio de um braço forte,
eu preciso encarar aquilo que me toma,
eu preciso retomar aquilo que me foge.
San, 12/03/11